quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Entrevista

O meu trabalho é sobre uma entrevista que eu fiz ao meu Avô, que se chama José Gomes de Lima, tem 69 anos e vive em Ferreiros.
- Olá Avô
- Olá Mariana!
- Avô preciso de falar contigo sobre a “Revolução do 25 de Abril”. Lembraste de quando me falaste da Revolução e me contaste como se tinha passado?
- Sim querida lembro. Tu estavas muito confusa, mas eu tentei te explicar. Que precisas mais de saber?
- É assim avô: O que foi exactamente para ti a Revolução do 25 de Abril?
- Sabes Mariana, a Revolução do 25 de Abril foi para mim e para todos os Portuguesas um dia muito importante pois foi o começo de uma nova vida, de uma Vida em Liberdade. Lembras-te de eu te explicar que antes do 25 de Abril as pessoas não podiam cantar algumas músicas?
- Sim Avô, lembro.
- Ainda me lembro perfeitamente daquela noite…Como sabes eu sempre trabalhei de noite, no Táxi. Então na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 estava dentro do Taxi, na Central de Camionagem de Braga quando de repente comecei a ouvir na Rádio a música de Zeca Afonso que se chama: “Grandola Vila Morena”, música que era proibida de passar nos meios de comunicação naquela altura. E então pensei para mim: Que é isto? O que se passa? Então tentei mudar de rádio e todas as rádios naquela noite tocavam as músicas de Zeca Afonso e de Paulo de Carvalho que se chamava: “E Depois do Adeus”. Saí de imediato do carro, fui ter com os meus colegas e perguntei-lhes:
- Vocês estão a ouvir? E eles responderam-me todos juntos:
- Sim Lima, Viva a Liberdade.
- E rapidamente após ouvirem estas músicas, todas as pessoas portuguesas e militares vieram para a rua sem medo a cantar liberdade, por isso estas músicas ficaram ligadas para sempre ao 25 de Abril. Em todo o País, em todos os meios de comunicação social se ouviam as mesmas músicas.
Por fim eu e os meus colegas abraçamo-nos todos e começamos também a catar:


“Grândola, vila morena

Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade”

E juntos, abraçados, chorámos de emoção e alegria…
- E foi assim, Mariana. Eu jamais esquecerei aquela noite.
- Muito bonito Avô.
- Sim querida muito emocionante.
- Obrigada Avô por me ajudares no meu trabalho.
- De nada querida sempre que precisares estarei aqui.
Mariana de Lima Vilaça

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